quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Kodáquirim(Ao amigo Luis Turiba)

Pensão burguesa em Jacarepaguá.
No jardinzinho as espreguiçadeiras
com gente derretendo em cima,
como os relógios  do catalão  Birutê
aliás ali na parede,
corredor de entrada.

As flores  fucham  remurcham
conforme os dias-estirões sem chuva
(São Pedro anda esquecido
de abrir o registro). O velho que traz o leite
é o mesmo cara
que foi um dia  o  moço do leite.

A estrada  velha
(a mesma  dos  condôs  de tropa)
hoje  tem nome de mário
e nela as pernas  brancas nêgas amarelas
surfaram bonde nuns anos  cármicos
pra  mais de Metro, no tempo
do retrato  do Velho.

Hoje  bonde  num  Tem,
num tem mais choro  nem vela,
Getúlio em pose  não mais
que o samba é só  Rabichança
pelo operário  sem-dedo
e o novo tanto de gente
dum tempo agora  Malungo.

Mas
a pensão   Continua,
solene  velhusca  Viva
no arrastapé da procissão  Carioca. Querendo,
te levo  lá.

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