quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Soneto Inglês, n.º 40

 Des-mundo este sob um sol trelento,
e mesmo assim me sirvo dum chá,
unânime: Todos os eus sentados
comportadamente, sandálias vestes

de  Fora, que hoje tem sim-senhores
vespeiro  de tempo-Rei, então depois
 caba- Mundo, e nunca mais Risoléus
de oboessências-Manhãs:

Por isso a mesa montada, onde o coelho
e a Alice rezando uns kembas pras
Não-pessoas, que ainda pensam fugício
 do açoite e fúria  do Hóspede_____

Um ledo, marildo, filismino Engano:
Mundão se vai pras Cucuias....







quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Boitempo(Soneto Inglês, n.º 39)

Desque foi Mundo  o boitempo
que vão-se embora meus  Braços,
calhau de imbuia  mastráfalga
cheirança-mor mata-pau, com pernas

dentes  bandeiras, bulhó de essência
Defunta, meus olhos refletem mundo
onde nem  rêsma de Alume, ogum-bassã
jezebéu, sem reza braba que Chegue

prum cafezim  mais  chinfrim, sou eu:
Um galgo obeso  Tromboso, des-verdinário
e bozó, tão rente  de todo Nunca
já proferido, inventado_____

Que vão-se  Embora  meus braços
desque  foi Mundo  o boitempo.

Sofrôso(Soneto Inglês, n.º 38)

No tangeril da mortalha que descolore
os floretões de nossas vãs esperanças_____
Salseiro das nuvens pandas, Enormes,
chuva desce a ladeira dos olhos

mortos de Sonho, e toda várzea abarca
uns nadas  Extremos, final de encanto
e de Infância quando  as escadas  Partidas
não vigem fuga pra  lugar  Nenhum,

enormitária a maré dos ouros feitos em
lata: É todo um canto de funéreas cores
o que respiram meus pulmões  sofrosos,
eu todo um Pulha, lábios secos  Inúteis_____

Cujo aposento, em poxoréu  Descalabro
não viu mulher em toda a mísera  vida.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Em Jacarepaguá ....(Para o amigo Luis Turiba)

As nuvens
cabindas baixas
Burbururéu de  cem trombones rombudos
no mei' da tarde
dezembro Moço, quentário(quase 40)
 vento
mexe o cabelo das árvores
num despenteio
Arrupio_____

Vem ela chuva e só resta
a gente se engrupiar num braçado
embaixo dum ponto de ônibus:
Geremário olha a chuva naquele blasê dos fantasmas,
o nome em todas as placas

Vem ela chuva mais Tãããããão
em cima a trombonada enlouquece,
fósforo Elétrico
pelo céu Tudo
eu tranço no cocuruto
nem sei por causo de quê
melodia
dum tempo-Longe minino_____

Porto Alegre, Tchau.

Soneto Inglês, n.º 37(Para minha irmã Laura Pires)

Pensando o mundo-Corno que a gente 'guenta:
Vida Avara mais vara de marmelêro,
A noite anda estrompando as quebradas,
mais  Vasta,  num fausto  de Mefistófele,

 espelhos: Onde as portas  fechadas
 derrancam todas as saídas de incêndio
num forrobó Diabolô: De empós caraça
em bafo quente dos Quintos,

não tem curimba que Chegue, nem pajelança
que desescreva a tara das Não-pessoas
cada vez mais guampando  piche  e petróleo
onde eram lápis de cor, Aquarelas____

nas Cinco Salas da gente uns arrupio de choro,
noiteira-Açu, Camará .





sábado, 1 de dezembro de 2012

Postal de um Outubro

Noite agora, por Tudo:
Em riba e em volta.

Satélite da Terra nem Chega,
é Novilúnio.

Noite entonces Cabinda,
braços que agarram tudo, 
as árvores homens gambás cachorros
casal de gays sob um poste nuzinho
de qualquer cheiro de lâmpada 

A noite é meio de outubro
2009 que só agora transcrevo:
Eu num guampério  distroncho,
vivendo de bater palma pra maluco dançar
num sezefrés neo-penteco
inda por cima fudido,
que nem o orfeu sérgio porto
ainda por encontrar, nesse tempo

Cidade: Joinville
Estado: Santa Catarina

O saldo: Um cadungó Desenredo
(Falando dos ex-patrões,
gente espertália pra Muito) .




Soneto Inglês, n.º 36("Hermético" - À memória de Mário de Sá-Carneiro)

Um súbito rumor resvala Prólogo às carnes,
em corda vaga e nela a Noite
às orfandades mais Fala, escada Falsa,
 Gira  de tempestade já nas Portas.

A chuva que me Espaça faz delas tardes
um Credo, onde  escapes impensáveis
mais arfantes  Aparecem, súmula e Foz
do Invério onde em Revés a cor.

Pensei nuns sonos mais Fáceis,
que fossem rosto onde os prelúdios
estendessem Forças e no cais
fulgisse um som de sol Restante_____

Onde manhãs bem longe das Tardes
setembro  Inteiro pelos olhos Todos....


( Primeira versão deste soneto foi escrita na tarde de 20 de agosto de 2006, um domingo, no bairro de Olaria,
num bar perto do restaurante Rainha das Cinco Bocas. Fazia sol, mas antes das 16 horas o tempo
fechou e um temporal entrou de sola ali nas quebradas. Eu lembro que estava tomando uns chopes enquanto escrevia. Vale lembrar que este é  meu primeiro soneto "válido", e foi escrito sob um tremendo impacto causado pela leitura de uma antologia poética de Mário de Sá-Carneiro, um livrinho de bolso da Agir Editora  -  antologia coordenada pela Cleonice Berardinelli)

Soneto Inglês, n.º 35

Renasço da estrada Antiga
onde na velha estância
aguardo os magos chegarem
do longe mais Oriente

para adorarem o Hóspede
inda menino, brumária curva,
os mil  cantares do homem
nunca mais chão de Inocência 

nas pedras lá de Congonhas,
onde me espreito no Antônio
e seus cinzéis-Escribantos
pra de outra vez Recontança:

A estrada antiga onde  Tudo
foi nova história  Nascida.



Soneto Inglês, n.º 34

Num ponto do paço as Pedras,
sussurro de nuvens-Tantra:
Os séculos dentro do Espelho,
partido, como os verões Passados.

Casas   rangendo  histórias
onde um suspiro de Infância
inda escapança da Noite,
apenas pausa nos Cinzas:

Sânscritos  mais desescritos,
o mais de sol que restara
agora são noves-Fora ,
portas de novo Erradas

Nisto que presságio, e Pressa:
É  Vária a dor, e Avara a vida.


Soneto Inglês, n.º 33

Parte do que sinto  me Anoitece,
erê-bissau  mamulengo, enormidez
fedente a mais relógios Torcidos.
No rosto  a descrentura  mais  Crassa____

Rosácea  à véra? Ruíra,
e de araucária  partida
a chuva  gorda. Fez sol depois,
valência em Nada, que eu visse.

Alguém que acaso me Ouvisse?
Pudesse achegos, Talvez
mas no recinto onde a  treva
é posseira:  Conversa muita é besteira.

Parte do que sinto me Anoitece,
outono-Mar que me  leva....

Soneto Inglês, n.º 32

Decâmero  o coração
de mais razões num  Segundo:
Preparo um   Canto____  as marés,
filhas da lua .

Então que no terraço do mundo
a lampadosa do Encanto:
Formas dormindo, cubos verdes
no ventre de moças-Aves.

Os homens soltos  no espaço
andando toda a Memória
são muitas ruas, países,
depois talvez haja  Sono:

De mesmo um bom desenredo
nas antesalas do Tempo.

Soneto Inglês, n.º 31

Mar de outonos num céu
mais árvores decotadíssimas
pela tesoura dos homens, onde  Existo
outubro de marés Molências

e mais aguanças  minguadas,
curimba de marimbondo quando é fumaça
nos Córnos, quisera das primaveras
um tantra louco  onde as flores_____

Cantárcia de amaralinas mais ávidas,
oboessências-Manhãs. Mas as quimeras-Pernaltas:
A noite esperiamente mais  Vasta!
Sem reza que surtisse música.

Visto os outonos, Existo,
a chama esgalga em ladeirança  Abaixo.

Soneto Inglês, n.º 30

À beira do antimundo me debruço:
Pensando o mundo que talvez Seria
se os homens todos e seus curumins
andassem no chão dos pássaros

e fossem mesmo mais Aves
em vez de estátuas de engrenagem e terno,
gadanhentas de amianto e lágrima,
pluriinimigas da música

e de tudo que lembrasse árvore.
Mas crescem braços-minutos
no rumo onde mais homens sem Rosto
se perdem  no sem-retorno do Tempo.

À beira do antimundo um desespero Maduro:
arrulho-Cisne das  pessoas-Aves.