quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sermão da Sexagésima(Pregado por São Mármaro a uma platéia de peixes-boi no igarapé nº 612 do rio Amazonas. Pra Augusto Guimaraens Cavalcanti. À memória de Ismael Nery)

Nos túmbaros des-Zabelês
que são toda mortícia Canalha a fulustrar
lá desde o senadão Roncôlho,
Brasília mais nas carrancas
caga redondo uns Furuncos____
país que a gente mais Desconhece.

E nossos índios Desvivem
descatembrados de seus quatis e maracas,
almas sendo Vendidas
nos furdunçós da bovespa como ele Renato
antecipara em fagulheiras do Aborto____

e desde sempre quantos leiteiros Matados,*
quantos josés indo pros Quintos
ver Amarildos(nunca manguantes
daquele sono em gaveta do são-jão-batista)

pra não falar nos erês
lá de Quintino e Mesquita
e Corte Oito e Pavuna
e Curicica e Gramacho
e Taquaral, Mato Alto,
sempre entupindo a barca dele Caronte____

são túmbaros des-Zabelês mais rinchavelhos de Assombro,
vindos de lá do planalto num cagalhão Ressumbrário
de ter ajêito
mais nunca de Núncaras.
(Imagens: Cabeça de Cristo, de Ismael Nery, e Enterro, de Portinari)
*Ver poema "Morte do Leiteiro", de Carlos Drummond de Andrade

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