sábado, 3 de janeiro de 2015

Visões de São Mármaro, nº 11(Pra querida amiga Lucinha, no seu aniversário)

Há tempos a flor do Carlos  -  a que brotou no asfalto
da(então)capital do país às cinco horas da tarde  -
parece ter  implodido, junto dos homens
Mortos em seus ternos de aço. Há tempos um céu de bronze
parece ter espantado os verdadeiros pássaros. Os avejões do Estinfálio
parecem donos do espaço, bravateando arrotos de petróleo.

Já quase não há quem saiba
do paradeiro do Hóspede, há muito órfão das casas,
mais órfão dos Corações. Caronte já quase doido
não sabe mais onde arranje lugar na barca dos mortos
pra tanto erê dos subúrbios, pasto de um mundo Corno
que não tem fome nem sede de Justiça. Os olhos do capital
são sete cabeças dez chifres
e mais os gafanhotos do grande Abismo, zambaluês morticentes
que se esparramam dentro dos homens, que já vão Mortos
desde antes da fundação do Mundo.

Vi grandes anjos
montando águias no céu, junto de fagotes alados
e pianos num corcoveio por Tudo____

mostrando pra toda a carne
seus dedos médios Gigantes. 
(Pintura de Portinari)

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