segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Vocação de São Mármaro(Pra Gabriela. E pra Meire Ellem, e pro Augusto Guimaraens Cavalcanti)

Onde saltérios encanecidos
pela fumaça dos cavalos de ferro
tossem relógios Tortos à esmo
foi que amarrei meu jumento  -
os ossos e a pele-jambo que visto  -

marzão fetibundo
eivado de grávidos Mandacarus______
tal e qual o vesgo rei de Canudos
dissera nas rodas de amarelinha:

esse lugar que enferrujou ipês e saltérios
fica ali mais ou menos um quarteirão
depois dos quintos do Judas, esquina
do Beleléu_______

pra ali vão as figueiras estéreis, pra ali
vão os decamerões de Manhattan.
Pra ali vão os borzeguins que jantam velhinhos
nos corredores do Salgado Filho e Hospital da Posse,
ali baterão ponto os trocentões Picaretas que fazem merda
em Brasília desque o planalto era mato
e os portugajos Desmandaravam
na guanabara banguela:

justamente no afã
de converter homens Cornos de seus guelhéus maus catiços
e carimbar-lhes Escape
aos fogaréus dos capetas foi que amarrei meu jumento
nos cafundós onde os cavalos de ferro
manzanzam gosma e manhattan pra riba e leira
de zabelês e saltérios_______

sou Viramundo e Poeta  -  como São Jão Batista,
como Tonhão Conselhêro, como Arthur Bispo
e mais aquele cabruncó das Gerais que teve os causos estoriados
pelo repórter Fernando Sabino:

os Três Primeiros disséro "vai lá mizinfío,
me traz de Vórta esse povéu cabiçudo
que entra ano sai ano mais demais se Aprochega  -
com seus colares e ternos, seus mensalões e cangalhas,
seus aécios e barris de petróleo  -

do boqueirão 'scancarado
e 'anssiiiiim' de dentes-Naváia que desemborca
num tartaréu mais que Adulto  -

onde morrer
não vai servir mais Não."

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