sexta-feira, 24 de junho de 2016

Rapsodiscendo in Crescêntium. Para Carolina Coutinho, e pro Augusto Guimaraens Cavalcanti)

I) TOCCATA PRELUDIENTA

Vi duas mulheres nuas
dançando no Firmamento. O tempo
eram corrós Malabares, ali banzantes
desque a história não Era.

Vi Erebós cantarolando Ofertórios
enquanto iam em procissão ao Olimpo,
levar abaixo-assinado pra não deixar Prometeu
tochar o fogo nos homens___________

("o trabalhê Buzunfício não paga a pena futura",
assim termina o pedido, assinado
com protestos de elevada estima e consideração 
e votos de aprêço ao senhorôr diretô.)

II) FUGA EM RÉ TRILEMOL

Na Lapa eu vi meu compadre Augusto Guimaraens 
cavalgarando elas canecas de chope, e me dizendo
quantos Robertos Pivas surgiriam
na teoria dos mundonôs paralelos, isso se ao mesmo tempo
aqui nerêste Billy the Kid fosse eleito prum terceiro mandato
na presidência do Flu___________

eu dou notícias do velho Ferges, 
continua a dividir o tempo entre o rebanho de tubas 
e o trampo de porteiro no Grajaú,
todôôôra madruga cavalga a mesma magrela no travessê
da grajaú-jacarepaguá.

E nisso um rasgo no céu,
passa a torta flamejante, a mesma
que deu nome aos Beatles, segundo os cânones
mostrados pela nudez de Qumram.

"A Lapa é mais
aquilo de Outrora não " - diz o fantasma do leiteiro
berrando mais isto e aquilo, seu Augusto quase que engasga
com o muquerím de carnaxo, fina iguaria 
inaugurada pelo buteco, também de butuca
nos gringolês que vão chegar em agosto____________

eu me alevanto e deixo amplexos junto da grana:
____pra seu Domingos e pro Opavívara,
que eu subo a serra pra guardar o fígado:

tem openhouse do Víni ali ao lado do hospício do Engenho de Dentro,
no Sabadábado.

Um comentário:

  1. Numa sincronicidade incrivel queria te mostrar uns poemas, especialmente um por enquanto (pra nao ser muitos q deveriam caber em instantes). Isso por que as palavras se tornaram simples demais pro canal passa ao lado, pelos dias tontos envolvidos, pelos mundos que recobramos em encontros etc; pessoalmente te mostro. O caos harmonico, afinadissimo, deseus poemas, me faz pensar arranjos para cordas que enforcam e libertam, como a beleza de uma Era kali yuga!
    Beijo!

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