quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Variante sobre um Poemadrugatício, de 2011(Pra Luciana Moraes)

Num ponto da vinte e quatro de maio
aos dois pras três o posto bê-érre:

madrugada Intardece. O poeta
assiste à bebedeira dos carros - táxis,
na maioria.

À mesa um des-estílico Pimpinelado,
junto ao livro da Florbela Espanca,
adquirido no Catete, ant'ontem.

Outono anda crescendo no retrovisor, minha estante de livros
fala em saxofones Gigantes

de 1930, no Curvelo o poetaço anguloso
chamou o cara de Juiz de Fora
de bicho-da-seda. __________

Eu penso nas viúvas de hoje
(que não jogam verdes na Bolsa), e nos pianos
antigamente encontradiços nos rapeús(*)
dos bairros de Olaria e Ramos.

(*Rapeús: casas de funcionários públicos de baixa graduação)

Nenhum comentário:

Postar um comentário